Fotografia by Né - Ribeira dos Caldeirões, Achada - Nordeste São Miguel Açores

domingo, 30 de dezembro de 2012

Lição de Vida...


"Não existem pessoas a mais no mundo. Cada um de nós está aqui por uma razão, um objetivo especial - uma missão. Sim, crie uma bela vida para si e para aqueles que ama. Sim, seja feliz e divirta-se muito. E sim, seja bem-sucedido, à sua maneira, e não da maneira que lhe é sugerida pela sociedade. Mas - acima de tudo - faça a diferença. Faça com que a sua vida seja importante - seja útil. E dê serviço ao maior número de pessoas possível, é assim que cada um de nós pode mudar do reino do comum para o reino da excelência. E caminhe entre os melhores que já viveram."
in As Cartas Secretas do Monge que Vendeu o seu Ferrari, de Robin Sharma

Podia ter escolhido qualquer uma das nove lições contidas neste livro, mas escolhi esta. E escolhi-a para me recordar que, mesmo quando me sentir a mais no mundo, não estou. Faço conta certa com o que está planeado. Mesmo quando não conseguir discernir a razão da minha estadia aqui, recuso-se a deixar de acreditar que tenho uma missão. Sei que devo continuar a criar uma vida o mais bela possível para mim e para os meus, que devo ser feliz e divertir-me, sem me subjugar às rédeas do que dita a sociedade. Mas, sobretudo, devo e quero fazer a diferença. Quero, porque faz parte da minha essência, ser importante e útil para os outros, mesmo quando eles me ignorarem ou aos meus pequenos gestos, que se poderiam tornar grandes se reconhecidos. Devo continuar a apostar na excelência do meu caráter e do meu coração. Devo abster-me de desistir quando as minhas palavras forem menosprezadas ou os meus atos recebidos com silêncio e nada mais. E devo continuar a querer caminhar entre os melhores que conheci, mesmo que eles desviem a sua rota e seja difícil acompanhá-los...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mankind...


"...os homens são como as castanhas que se vendem na rua: quando as compras, estão quentes e cheiram bem, mas a que tiras do cartucho arrefece logo e percebes que a maioria está podre por dentro."
Carlos Ruiz Zafón in O Prisioneiro do Céu

É Zafón quem o diz, mas eu cito-o para explicar que acredito que essa podridão que se tem vindo a apoderar da humanidade se alastra de facto (e não estou a falar só de sexo masculino, entenda-se)... No entanto, o cartucho da convivência diária ensina-nos que, apesar de algumas nódoas negras que todos temos e que nos tornam por vezes mais amargos (a disfarçar quiçá uma certa cautela), ainda há e haverá sempre castanhas que valem a pena, por se manterem quentes quando as escolhemos e por nos aquecerem com o seu calor próprio e com o aconchego da sua presença na nossa Vida... É a essas que nos devemos agarrar para continuarmos a evitar que a podridão nos contagie...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Altos e baixos...


"As pessoas de alma pequena rebaixam sempre os outros..."
Carlos Ruiz Záfon in O Prisioneiro do Céu

Talvez para que não se sintam baixas sozinhas, tentam pôr os outros ao seu nível... Fazem-nos sentir que ter nobreza de alma e de caráter são coisas ultrapassadas, sem sentido, desvalorizadas... Espezinham gestos de carinho, ignoram palavras mais quentes, relegam para segundo plano tudo o que não vem dos que estão ao seu nível de mesquinhez... Por vezes, nem no Natal se lembram de subir um pouco a fasquia da bondade e olham de lado os que aproveitam essa oportunidade para relembrar como é bom ter alguém a quem mandar uma palavra sentida de carinho ou um abraço, como sabe bem não resumir a nossa existência a um ou a dois, mas alargá-la a quantos possamos incluir no nosso coração que felizmente se consegue esticar para abarcar sempre mais um... Haveria tantas maneiras de mostrar que a sua baixeza de nada vale... Mas a melhor de todas é continuarmos a ser como somos, com a certeza de que não estamos a deixar passar a Vida sem a partilhar ou celebrar de todas as formas que conseguirmos...

domingo, 23 de dezembro de 2012

No fear...



"I must say a word about fear. It is life's only true opponent. Only fear can defeat life. It is a clever, treacherous adversary, how well I know. It has no decency, respects no law or convention, shows no mercy. It goes for your weakest spot, which it finds with unnerving ease. It begins in your mind, always... so you must fight hard to express it. You must fight hard to shine the light of words upon it. Because if you don't, if your fear becomes a wordless darkness that you avoid, perhaps even manage to forget, you open yourself to further attacks of fear because you never truly fought the opponent who defeated you."
Yann Martel, Life of Pi

Foi por isso que aprendi a enfrentar o medo de ter medo e, sobretudo, o medo de ser eu própria...



Laços...


"Há pessoas que demoram tanto tempo a deixar-nos."
António Lobo Antunes

E outras que nunca nos deixam, embora se distanciem... Afastam-se, quantas vezes de forma brusca, deixando-nos meio desnorteados, mas depois, em pequenos gestos, em duas ou três palavras inesperadas, num encontro combinado, numa prenda dada com carinho, encontram, de novo, a rota que as traz até nós... É essa a verdadeira beleza da Amizade, porque nunca nos deixam realmente e sabem que no nosso coração têm o seu lugar, onde se podem aninhar sempre que quiserem e se sentirem bem...

domingo, 16 de dezembro de 2012

Desencontros...


"A vida não passa de contas soltas. E, por vezes, o fio que parecia conduzir tão claramente ao coração do labirinto afinal não é senão uma corda ensarilhada, deixando-nos sozinhos no escuro, assustados, e consumidos pela crescente convicção de que a ação real ainda prossegue algures sem nós, ao dobrar da esquina."
in O Rapaz de Olhos Azuis de Joanne Harris

É o que sinto por vezes, quando passo dias inteiros em solidão a trabalhar... Mas depois deixo de pensar, porque há que agarrar nas forças e continuar... sempre!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Amor-próprio...


"...deves amar a ti próprio para apreciar a felicidade, para permanecer, deves ser forte..."
in Cada dia, cada hora de Natasa Dragnic

É por isso que, mesmo quando os outros não me mimam ou não me amam, eu tento mimar-me e amar-me a mim própria através de pequenos gestos-prazeres só meus, como um copo de vinho, uma vela especial acesa, um livro novo, um filme, um acessório, um creme, um banho demorado, um ou mais momentos só meus em recompensa de mais um dia passado a trabalhar... Se chega? Talvez não chegue, mas decerto ajuda...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Um Mundo...


"...nunca percebi as certezas dos adultos. Passam muito tempo a dizer-nos que não podemos fazer isto, que temos de fazer aquilo, que estes são bons e aqueles são maus. E a cada coisa que nos dizem o mundo parece mais pequeno. A mim, que nada sei, ele parece-me gigante."
in Os Ciganos
de Sophia de Mello Breyner Andresen & Pedro Sousa Tavares

Eu também nada sei, mas já percebi que este mundo é imenso e está cheio de pessoas boas e más, mas que é o conjunto de todas elas que nos faz crescer, para nele ocuparmos o nosso lugar, sem nos diluirmos na sua imensidão...

domingo, 25 de novembro de 2012

Falsas partidas...


Porque eu quero que seja verdade e que eles voltem sempre, pelo menos os que valem mesmo a pena...

"Os amigos não morrem: andam por aí, entram por nós dentro quando menos se espera e então tudo muda: desarrumam o presente, instalam-se com um sorriso num canto nosso e é como se nunca tivessem partido. É como, não: nunca partiram."
António Lobo Antunes

sábado, 17 de novembro de 2012

Homenagem II


Porque há quem faça anos hoje e também mereça uma homenagem, aqui fica ela, apenas renovada:

"A maior parte das pessoas são como uma folha que cai, que flutua ao vento, que hesita e que cai no chão. Mas há outros, poucos, que são como estrelas, que seguem um rumo firme, nenhum vento os afeta, têm dentro de si as suas leis e o seu rumo."
Herman Hesse

E quando conhecemos uma dessas raras pessoas, devemos gostar dela para todo o sempre, independentemente do que ela faça, de onde esteja ou de para onde vá... Porque as estrelas são feitas para brilhar e nós só temos que as deixar fazê-lo para nos sentirmos mais iluminados...

Homenagem I


Porque a minha mãe fez anos ontem e porque ela foi a minha primeira e maior professora:


"Quero, antes de mais, saudar os professores. 

Durante anos, fui professor. E quando digo isto há uma emoção fortíssima que me atravessa. Eu não sei se há profissão mais nobre do que a de ensinar. E digo ensinar porque existe uma diferença sensível entre ensinar e dar aulas. O professor no sentido de mestre é aquele que dá lições. Os professores que mais me marcaram na vida foram os que me ensinaram coisas que estavam bem para além da matéria escolar. Não esqueço nunca um professor da escola primária que um dia leu, comovido, um texto escrito por ele mesmo. Logo na declaração da sua intenção nasceu o primeiro espanto: nós, os alunos, é que fazíamos redações, nós é que as líamos em voz alta para ele nos corrigir. Como é que aquele homem grande se sujeitava àquela inversão de papéis? Como é que aceitava fazer algo que só faz quem ainda está a aprender?
Lembro-me como se fosse hoje: o professor era um homem muito alto e seco e, nesse dia, ele subiu ao estrado da sala segurando, nos dedos trémulos, um caderno escolar. E era como se ele se transfigurasse num menino frágil, em flagrante prestação de provas. Parecia um mastro, solitário e desprotegido. Só a sua alma o podia salvar. Depois, quando anunciou o título da redação, veio a surpresa do tema que parecia quase infantil: o professor iria falar das mãos da sua mãe. Éramos crianças e estranhámos que um adulto (e ainda por cima com o estatuto dele) partilhasse connosco esse tipo de sentimento. Mas o que a seguir escutei foi bem mais do que um espanto: ele falava da sua progenitora como eu podia falar da minha própria mãe. Também eu conhecera essas mesmas mãos marcadas pelo trabalho, enrugadas pela dureza da vida, sem nunca conhecerem o bálsamo de nenhum cosmético. No final, o texto acabava sem nenhum artifício, sem nenhuma construção literária. Simplesmente, terminava assim, e eu cito de cor: "é isto que te quero dizer, mãe, dizer-te que me orgulho tanto das tuas mãos calejadas, dizer-te isso agora que não posso senão lembrar o carinho do teu eterno gesto."
Havia qualquer coisa de profundamente verdadeiro, qualquer coisa diversa naquele texto que o demarcava dos outros textos do manual escolar. É que não surgia ali, em destacado, uma conclusão moral afixada como uma grande proclamação, uma espécie de bandeira hasteada. Aquele momento não foi uma aula. Foi uma lição que sucedeu do mesmo modo como vivemos as coisas mais profundas: aprendemos, sem saber que estamos aprendendo. Lembro este episódio como uma homenagem a todos os professores, a esses abnegados trabalhadores que todos os dias entregam tanto ao futuro deste país. Comecei por saudar os professores. Parece que me esqueci dos estudantes. Ou que os coloquei em segundo plano. Mas não.
Todos somos professores, mesmo que não o saibamos. Perante os outros, perante os nossos pais, perante os amigos, perante nós mesmos, com bons ou maus exemplos, com tristes ou gratificantes lições, todos somos professores."
Mia Couto

domingo, 11 de novembro de 2012

Aprendizagens...


Porque eu própria aprendi que quase tudo é fator de aprendizagem, aqui fica um poema que o explica melhor do que eu o faria:

"After a while you learn
The subtle difference between
Holding a hand and chaining a soul
And you learn that love doesn't mean leaning
And company doesn't always mean security.

And you begin to learn
That kisses aren't contracts
And presents aren't promises
And you begin to accept your defeats
With your head up and your eyes ahead
With the grace of a woman
Not the grief of a child.

And you learn
To build all your roads on today
Because tomorrow's ground is
Too uncertain for plans
And futures have a way
Of falling down in mid flight

After a while you learn
That even sunshine burns if you get too much
So you plant your own garden
And decorate your own soul
Instead of waiting
For someone to bring you flowers.

And you learn
That you really can endure
That you are really strong
And you really do have worth
And you learn and you learn
With every goodbye you learn..."

Veronica A. Shoffstall

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Reconhecimento...

Hoje escrevo para falar de reconhecimento... Às vezes não é preciso muito para nos sentirmos reconhecidos... Basta uma palavra, um gesto ou uma pequena uma atenção para sentirmos que o nosso mundo é visitado e enriquecido por outras pessoas... É por isso que partilho um gesto de reconhecimento que recebi em relação ao meu blogue... Aqui fica, com um grande obrigado à minha "vizinha" nestes bairros da blogosfera... Este obrigado estende-se a todos os que por aqui passam, dando atenção ao que escrevo... A porta estará sempre aberta para vocês e a mesa posta com algumas palavras sinceras e o mais positivas possível para vos servir...
Aqui fica o texto que acompanhou o selo:



  • «Sendo tua seguidora atenta, tenho agora a oportunidade de agradecer e reforçar os elogios sobre os trabalhos postados, por que envio um selo - que me foi atribuído pela Briseis - e deixo a história por detrás do mesmo...

    "Este prémio foi criado em 2008, pelo escritor espanhol Alberto Zambade. Dono do blog Leyendas de “El Pequeño Dardo”, Alberto Zambade decidiu homenagear com o primeiro Prémio Dardo quinze blogs selecionados por ele. Ao divulgar o prémio, o escritor solicitou aos blogs premiados que também indicassem outros blogs ou sites que também fossem merecedores do prémio.

    Segundo o seu criador, o Prémio Dardo destina-se a “reconhecer os valores demonstrados por cada blogueiro diariamente durante o seu empenho na transmissão de valores culturais, éticos, literários e pessoais, demonstrando, em suma, a sua criatividade por meio do seu pensamento vivo que permanece inato entre as suas palavras”.

    Keep the great work!
    Ana

    Love at Sight
    Evolução»


    domingo, 28 de outubro de 2012

    Encontros...


    "Não declares guerra a ti. Há uma mágica quimera, qualquer coisa sublime que ainda terás de atravessar. Não tenho dúvidas de que todas as tuas contradições, estas que trazes no teu semblante, foram a causa para encontrares um sentido benéfico, um caminho para te reergueres. E não te esqueças: a vida não depende só da sabedoria e da sorte, nem sequer do itinerário. A vida depende dos encontros. Tens mil encontros destinados. Só te vais embora depois de os ter concretizado."
    in Sem Fim à Vista - A Viagem, de Raquel Ochoa

    Ao ler este livro, num domingo tranquilo, sei que o principal dos encontros é comigo própria... Enquanto não me encontrei com este meu eu complexo e não me entendi e aceitei, tudo foi mais difícil. Fiz várias tentativas falhadas, empreendi várias viagens até ao Outro, mas nunca encontrei a paz... Agora, sei como é bom acordar comigo própria, fazer-me companhia para o café matinal, contemplar a beleza que me entra pela janela e que se chama dia, debater o bom livro que ando a ler em monólogos cheios de ideias e humor... Se serão apenas estes os encontros que me estão destinados? Comigo própria? Não sei, nem isso é o importante, porque, tal como acabei de citar, tenho mil encontros destinados e só me vou embora depois de os ter concretizado... Mesmo que quinhentos sejam encontros solitários, restam-me os outros quinhentos para me surpreenderem... Ansiosa? Não... Apenas crente no efeito surpresa da Vida... Sempre!

    sábado, 27 de outubro de 2012

    Alma


    "A tua alma é o mundo inteiro."
    Herman Hesse in Siddhartha

    E é... Pelo menos é o que sinto a maior parte das vezes... Que na minha alma cabem continentes de pessoas, quer elas queiram ou não que eu caiba nas delas, quer elas se lembrem ou não de me incluir no seu quotidiano... Que na minha alma confluem oceanos de emoções, prontos a banhar a costa dos que se aproximarem de mim...
    Mas depois, por vezes, viajo até ao meu núcleo e fico em silêncio, à espera... De cá de dentro escuto esse mundo inteiro... Há sussurros, há vozes, há gritos, mas também há o nada... E eu suspiro e volto à tona... E sei que continuarei a albergar todos os continentes que me quiserem visitar e fazer parte da minha universalidade...

    domingo, 21 de outubro de 2012

    Equilíbrio...


    "Havendo equilíbrio, creio que a felicidade é a direção que se deve seguir nessa viagem que nunca termina, que recomeça no início de cada dia."
    José Luís Peixoto

    No começo de mais um ano de vida, é esse equilíbrio que quero continuar a buscar constantemente, optando por me focar sempre no prato da balança (de signo que sou eu própria!) que se encontra mais cheio... de momentos bons, de pessoas especiais, de palavras quentinhas, de cores novas, de dias por viver... Com os que me ajudam a centrar-me nesse equilíbrio todos os dias continuarei a partilhar esse prato, porque sei que, se ele se esvaziar, fico com mais espaço para o voltar a encher...

    domingo, 14 de outubro de 2012

    Promessas...


    "...a vida é como juntar bagas num avental com um buraco. Por que razão continuamos? Porque as bagas são lindas e temos de comer para sobreviver. Apanhamos aquilo que podemos. Deixamos para trás aquilo que perdemos em troca da promessa de que há mais, lá à frente."
    Elizabeth Berg in Porto de Abrigo

    E continuamos a caminhada, esperançosos de que as bagas que vamos encontrar lá à frente sejam sempre mais doces do que as anteriores... E de facto são... Porque são elas que nos alimentam no presente e ninguém sacia a fome com refeições do passado... Continuemos, pois...

    sexta-feira, 5 de outubro de 2012

    Porto de Abrigo...


    Acabo de ler um livro de Elizabeth Berg com esse título e dou por mim a pensar naquilo que é o meu porto de abrigo... Um sofá de sossego, um livro de páginas por desvendar, uma vela acesa de esperança, um chá que me aquece até à alma, um punhado de amigos (poucos, mas bons?) com quem já troquei algumas palavras carinhosas hoje e que gostam de mim (acredito que sim!) apesar de todas as minhas avarias de fabrico, um Eu cada vez mais em paz comigo própria e um resto de Vida por explorar... E por agora, basta-me ficar aqui "abrigada" neste meu cantinho de palavras para me sentir bem...

    quarta-feira, 3 de outubro de 2012

    Outono/Outubro...


    Chamo-te outono porque mudas de cor tantas vezes...
    Chamo-te outono porque as tuas folhas também caem e são levadas pelo vento...
    Chamo-te outono porque há dias em que começas a arrefecer em mim e eu agasalho-te para não perderes todo o teu calor...
    Chamo-te outono porque antecedes o longo, talvez eterno, inverno...
    Chamo-te outono, chamo-te outubro e digo que gosto de ti...
    Mas podia chamar-te VIDA, simplesmente...

    sábado, 29 de setembro de 2012

    Outono...


    O outono traz na aragem já mais fresca a vontade de me aconchegar e agradecer... Nesse agradecimento pinto todas as tonalidades do que me faz sentir em paz e ser eu... Agradeço pelos amores e pelos amigos (até pelas dores e pelos perigos!) que fazem da Vida uma experiência que nos marca... Agradeço pelas palavras e pelos gestos (os queridos e os honestos!) que nos incitam a continuar... E na vela que arde ao meu lado, no chá que me aquece o corpo e no lar que me alberga sinto o calor que não foge neste outono nem desaparecerá no inverno... Porque é chama que mantenho acesa enquanto o derradeiro frio não chegar e sei que aqueles a quem agradeço não a deixarão apagar...

    segunda-feira, 10 de setembro de 2012

    A toast...


    Tal como nós brindamos à Vida, também ela nos brinda, por vezes, com desafios que consideramos demasiados para o copo que transportamos... Receamos fazê-lo transbordar de trabalho, de preocupações, de responsabilidades, de afazeres, de falta de tempo... Hesitamos ao levantá-lo... Achamos não ter forças suficientes para o fazer... Mas fazemo-lo na mesma, um pequeno/grande esforço de cada vez... E é nesse persistir que nos calha, nem sempre, mas ocasionalmente, encontrar quem nos empresta o seu copo para nos ajudar a aparar o que transborda do nosso... E é a essas pessoas que brindo, hoje e sempre, por estarem lá, por não terem medo nem vergonha de nos incentivar, de nos acarinhar, de nos amar, mesmo quando não somos mais do que apenas nós...

    domingo, 2 de setembro de 2012

    Emoções...


    "[...] não há nada na vida que possa compensar uma amizade. Nem mesmo uma paixão devoradora pode oferecer tanto prazer como uma amizade silenciosa e discreta proporciona àqueles que são tocados pela sua força."
    Sándor Márai
    in As velas ardem até ao fim

    Nem sempre nos lembramos disto, mas a Vida acaba por no-lo relembrar...

    sábado, 1 de setembro de 2012

    Aventura...


    Passei os últimos dias na companhia do centenário Allan Karlsson, personagem principal do livro O Centenário que fugiu pela janela e desapareceu. No dia do seu centésimo aniversário, Allan fugiu do lar de idosos onde se encontrava e onde lhe estavam a preparar uma festa de aniversário, simplesmente para viver mais um pouco... A simplicidade com que o fez levou-me a refletir sobre a presença/ausência de aventura nas nossas vidas... Com Allan (re)aprendi que nunca é tarde para partirmos à descoberta, mesmo que a nossa vida pacata nos atraia ou que ninguém pareça incluir-nos nos seus planos... Mas também relembrei que, por vezes, nem precisamos de fazer nada, a não ser dar o primeiro passo, para um mundo de aventuras vir ao nosso encontro... E esse primeiro passo poderá ser apenas o que nos tira da cama todos os dias e nos faz enfrentar um novo dia, um novo setembro, um novo começo... Venham as aventuras! 

    segunda-feira, 27 de agosto de 2012

    Crescimento...


    "Um elefante pode caminhar centenas de quilómetros, sozinho. Aproxima-se da manada para acasalar. Depois afasta-se e, de novo, caminha sozinho."
    Gonçalo M. Tavares

    Tal como acontece com os elefantes, a nossa verdadeira força reside dentro de nós próprios... Podemos eventualmente encontrar alguéns que nos façam companhia durante partes da nossa travessia pela existência, mas, na realidade, tudo aquilo de que precisamos para a fazer existe dentro de nós. E quanto mais cedo o descobrimos, mais conseguimos avançar de forma determinada e determinante...

    sábado, 25 de agosto de 2012

    Espaço...


    "Sometimes the smallest things take up the most room in your heart."
    A. A. Milne

    E é isso que mostra como essas pequenas coisas são, afinal, GRANDES...

    quinta-feira, 23 de agosto de 2012

    Transformações...


    "A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos."
    Pablo Picasso

    É por isso que não quero deixar nada morrer dentro de mim... Sob pena de nem tudo poder permanecer tal como era, mas de continuar a crer, como Lavoisier, na possibilidade de tudo se reciclar, de uma maneira ou de outra, permanecendo como parte de nós...

    quarta-feira, 22 de agosto de 2012

    Gifts...


    "We make a living by what we get, we make a life by what we give."
    Sir Winston Churchill

    That is why I'd rather be a giver my whole life...

    domingo, 19 de agosto de 2012

    Caminho(s)...


    "Às vezes encontramos o nosso caminho enquanto o percorremos."

    É por isso que devemos continuar a percorrê-lo, mesmo que nem sempre o entendamos ou que tantas vezes nos custe...

    quinta-feira, 16 de agosto de 2012

    Esperança(s)


    "Havia dois tipos de esperança: o tipo em relação ao qual não podíamos fazer nada e o tipo em que isso era possível. E mesmo que o tipo em relação ao qual se podia fazer alguma coisa não fosse aquilo que originalmente se pretendia, valia na mesma a pena fazê-la. Um dia chuvoso é melhor do que dia nenhum. Uma pequena felicidade pode tornar uma grande tristeza menos triste."
    A História da Rapariga Bonita,
    de Rachel Simon

    É por isso e por tudo que em mim a esperança será sempre a última a morrer... Se chegar a morrer...

    segunda-feira, 13 de agosto de 2012

    Stories...

    "...people aren't like numbers. They're more like letters... and those letters want to become stories... and stories need to be shared."


    sábado, 11 de agosto de 2012

    Fios...


    "Um fio invisível une todos aqueles que estão destinados a encontrar-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar-se ou emaranhar-se. Mas nunca se partirá."
    Antigo provérbio chinês
    in O Fio do Destino de Laura Schroff e Alex Tresniowski

    E às vezes puxa-nos de volta para junto dessas pessoas quando já nem o sentíamos nem o esperávamos...

    sexta-feira, 10 de agosto de 2012

    Vida boa...


    "É tão boa, a vida!"
    (última frase do livro O Segundo Fôlego)

    E quando é um tetraplégico que no-lo diz, isso ainda coloca a nossa existência em maior perspetiva e torna-se mais fácil concordar com essa declaração de amor à Vida... Por todos os motivos que fazem com que a minha seja boa, aqui fica o meu aceno de cabeça, em jeito de vénia, Philippe Pozzo di Borgo, por não nos deixares esquecer como ela é preciosa!

    quarta-feira, 8 de agosto de 2012

    Viagens


    "Não sigas a minha viagem. Procura que a tua viagem surja dentro de ti."
    Gonçalo Cadilhe

    Sendo filha de emigrantes, desde cedo aprendi que as viagens podiam significar muita coisa, mas que na hora de todas elas havia sempre o par afastamento/aproximação à espreita de cada uma das margens. Interiorizei a força que nos impele de uma margem à outra e, nesse caminho, fui também viajando até ao mais íntimo de mim, para lá deixar o medo do desconhecido. Hoje sei que devo continuar a viajar, sobretudo dentro de mim própria, porque só assim alcançarei as minhas águas mais tranquilas... É por isso que acredito que, independentemente do lugar onde estiver ou para onde me dirigir, é dentro de mim que tenho que me encontrar...

    sexta-feira, 3 de agosto de 2012

    Pessoas formidáveis...


    "Há pessoas formidáveis que conhecemos no momento errado. E há pessoas que são formidáveis porque as conhecemos no momento certo."
    in A Delicadeza de David Foenkinos

    E há pessoas que são formidáveis independentemente do momento em que as conhecemos...

    quinta-feira, 2 de agosto de 2012

    "Amigos Improváveis"


    Depois de ver o filme, ainda acredito mais na improbabilidade de algumas Amizades que, no entanto, se mostram indestrutíveis... Acredito nelas assim, postas à prova pelas intempéries do destino, mas resistentes, tão resistentes que operam em nós um efeito quase bomerangue, pois às vezes as vicissitudes da Vida até fazem com que nos afastemos, mas acabamos sempre por nos encontrar de novo frente a frente...

    quarta-feira, 1 de agosto de 2012

    Healing...


    "Uma mulher não se cura sem tomar a dose inteira do medicamento amargo."
    Lisa Verge Higgins in As Cores da Amizade

    Mas quanto mais amargo for o medicamento e quanto maior a sua dosagem, mais eficaz é a cura...

    segunda-feira, 30 de julho de 2012

    Good things...


    "Sei que vai acontecer qualquer coisa boa.
    E não sei quando,
    Mas dizer apenas que sim podia até fazê-la acontecer."
    Kate Bush

    E acreditar que sim faz com que ela aconteça na certa... Eu acredito!

    sexta-feira, 27 de julho de 2012

    Tempo para ter férias


    Em vez de escrever eu, no primeiro dia das minhas férias, vou deixar o José Luís Peixoto falar... Porque ele diz tudo...


    "Mesmo a tentarmos muito, não conseguimos prever tudo aquilo que aprenderemos de olhos fechados, só a sentir o sol. Agora, no primeiro dia, as férias parecem infinitas. É impossível imaginar o seu fim. Serão constituídas por tardes inteiras e cada uma dessas tardes sob esta claridade terá o tamanho de uma vida. Agora, mesmo a tentarmos muito, não conseguimos prever a quantidade de tempo que iremos passar ao lado de pessoas que são importantes para nós e de outras pessoas, ainda desconhecidas mas que, depois desse encontro, começarão também a ser importantes para nós.
    Como será a voz desses que vamos conhecer? Nós somos tão tímidos. Como será o momento em que iremos deixar que alguém se aproxime? Quais serão as primeiras frases que trocaremos e, depois, de que forma esse estranhamento inicial, esse calcular preciso de cada expressão, se transformará em à-vontade?  Agora, no primeiro dia, todo o tempo que se aproxima é um lago de perguntas, tem a temperatura certa, apetece mergulhar.
    E é quase certo que, ao longo destas férias, iremos nadar ou, simplesmente, ficar dentro de água a sentir a maneira como, nesse mundo líquido, nessa dimensão, somos mais leves. Lá, na água, poderemos voar, abandonar o chão. E não caímos ou demoramos momentos longos a cair e temos muita oportunidade de sentir a extravagância de flutuar. Irá parecer-nos que, se pudéssemos, passaríamos todos os dias da nossa vida a flutuar.
    E até me parece que já sou capaz de ouvir os sons de alegria: o barulho de nos espreguiçarmos em manhãs sem despertador ou o rugido sereno do horizonte quando estivermos sentados ao fim da tarde, em silêncio. É uma ilusão acreditar que ouço esses sons por antecipação. É exatamente o contrário. Esta é uma felicidade antiga, vem desde o tempo em que o riso das crianças era o meu próprio riso. Aquilo que me diziam com o olhar no primeiro dia de férias era igualmente imenso e impossível de conceber na sua totalidade. Por isso, os filósofos gregos do décimo ano mentiam quando afirmavam que não é possível repetir o tempo. Estar aqui, agora, perante o futuro é a prova absoluta e irrefutável disso mesmo. Desculpem, estátuas de mármore.
    Sim, eu sei, não sou nenhum menino. Sei que não vamos estar de férias para sempre, mas essa é apenas uma certeza teórica, porque agora estou ao lado dos meus filhos e da minha mãe, este é o nosso primeiro dia de férias e a verdade deste presente é avassaladora. Em si, este é um momento para sempre. Agora, as férias parecem infinitas e, agora, no interior deste momento, são mesmo infinitas. Aquilo que acontecerá mais tarde não existe ainda, nada o pode garantir. Agora, existe esta luz que nos cobre tranquila, ninguém está doente, o ar cheira bem, respira-se e estou a tão pouca distância dos meus filhos e da minha mãe que posso tocá-los. Se lhes disser algumas palavras, não importa se são as mais importantes ou as mais passageiras, eles podem ouvir-me.
    Este é o nosso tempo.
    Aqui, aprecio a eternidade deste momento e sorrio com o tamanho inteiro da minha presença."
    por José Luís Peixoto

    terça-feira, 24 de julho de 2012

    Vamos ser café?


    "Um chefe de cozinha encheu três panelas com água e colocou cada uma delas sobre o fogo alto. Numa delas, colocou cenouras, noutra ovos e na última colocou café moído.
    Cerca de vinte minutos depois, apagou o fogo, retirou os ovos, colocou-os numa tigela; retirou as cenouras, colocou-as num prato e verteu o café numa chávena: as cenouras estavam macias, o ovo endurecera e o café?
    O chefe observou o seguinte: todos os produtos tinham enfrentado a mesma adversidade, ou seja, a água a ferver. No entanto, cada um reagira de maneira diferente.
    A cenoura, quando foi colocada na água, era firme e inflexível. Depois de ter sido submetida à fervura, amoleceu e tornou-se frágil. Quando os ovos foram colocados na água, eram frágeis. A sua casca fina protegia o seu interior, que era líquido. Mas, depois de terem sido fervidos, o seu interior tornou-se mais firme e endurecido. Com o café, tudo foi diferente: depois de ter sido levado à água e de ter sofrido a ação do fogo, ele conseguiu transformá-la!
    Agora cabe-nos meditar: com qual dos três nos assemelhamos quando a adversidade vem ao nosso encontro? Seremos cenoura, ovo ou café? Seremos como a cenoura, que parece forte, mas que, perante a adversidade, murcha, se torna mole e perde a força? Seremos como o ovo, que tem um espírito maleável e fluido, mas que, perante a adversidade, se torna endurecido? Ou seremos como o café? Ele muda a água a ferver que lhe causa dor... Quando a água chega ao ponto de fervura, ele dá o máximo de si e deixa evidente o seu delicado sabor e aroma...
    Que sejamos como o café, que perante uma dificuldade sejamos capazes de reagir de forma positiva para a podermos transformar, sem nos deixarmos vencer pelas circunstâncias adversas. Que haja sempre sabedoria nos nossos momentos mais difíceis para que possamos espalhar o nosso mais doce aroma. Procuremos sempre ser café, usando a hostilidade para modificarmos o sabor da nossa vida e da dos outros."
    (Recebido via correio eletrónico e adaptado)

    Eu escolho ser como o café, sempre...

    domingo, 22 de julho de 2012

    If I wish upon a star...


    "Nunca esperas, deseja apenas."


    Porque a esperança tem cor e os desejos podem viver no mais escuro dos quartos dentro da nossa alma... 
    Porque a esperança transparece nos nossos atos e os desejos escondem-se...
    Porque a esperança leva à desilusão e os desejos podem concretizar-se...
    Aprendi a não esperar nada, mas nunca deixei de desejar, porque, se deixasse, também deixaria de ser eu...

    quarta-feira, 18 de julho de 2012

    Happy birthday, Mandela!


    No dia do aniversário deste grande líder, quero partilhar o poema que lhe serviu de consolo e inspiração quando a Vida lhe apertou o cerco, para que lhe sigamos sempre o exemplo:

    Invictus

    Out of the night that covers me,
    Black as the pit from pole to pole,
    I thank whatever gods may be
    For my unconquerable soul.

    In the fell clutch of circumstance
    I have not winced nor cried aloud
    Under the bludgeonings of chance
    My head is bloody, but unbowed.

    Beyond this place of wrath and tears
    Looms but the Horror of the shade,
    And yet the measure of the years
    Finds, and shall find, me unafraid.

    It matters not how strait the gate,
    How charged with punishments the scroll,
    I am the master of my fate:
    I am the captain of my soul.

    William Henley

    Sem preço...



    Nunca começo a ler um livro com o preço marcado... Porque, para mim, os livros, tal como as pessoas, não têm preço...

    terça-feira, 10 de julho de 2012

    Contentamento



    "Enquanto nos contentamos com o pão, vai tudo bem, mas da manteiga em diante começam as nossas lutas."
    Francisco Cândido Xavier

    Importante, pois, é não nos esquecermos de nos sentirmos satisfeitos e agradecidos por esse pão, sabendo que a manteiga vem por acréscimo, muitas vezes quando menos esperamos, e que até podemos ser surpreendidos e receber uma doce dose de compota...



    sábado, 7 de julho de 2012

    Compassos de espera...


    "As pessoas crescem a ritmos diferentes e em direções que, por vezes, as desencontram. Não são os momentos em que sonham ou se encantam que as separam, mas as vezes, de menos, em que não dizem «espera por mim»."
    Eduardo Sá in A vida não se aprende nos livros

    Nas páginas do livro da minha vida aprendi isso mesmo, que as pessoas que realmente nos importam não se separam de nós, mas também aprendi que, para que isso não aconteça, por vezes temos que ser nós a sussurrar, ainda que só com a alma ou em gestos silenciosos: "Espero por ti." Não se preocupem aqueles que me são importantes, porque eu sou mesmo daquelas que esperam...