Fotografia by Né - Ribeira dos Caldeirões, Achada - Nordeste São Miguel Açores

domingo, 25 de janeiro de 2015

Lição de vida...


"É preciso dizer aos outros que gostamos deles. É preciso dizer que nos fazem bem. Que na velocidade dos dias são quem dá sentido à vida. É preciso dar abraços apertados, partilhar gargalhadas, e planos, dúvidas, medos e colo.
É preciso dar sempre a mão a quem amamos, dar um ombro e o coração a quem precisa de nós, escutar o outro como se fosse uma oração, ser sol em dias de chuva.
É preciso aprender que ninguém perde por dar amor, perde quem não sabe receber. Que ninguém fica mais pequeno porque perdoa, e ninguém é menos forte porque perdoa o que (e quem) lhe fez mal.
Tenta mais uma vez. Refaz. Recomeça. Descomplica.
A vida é para quem não perde a esperança nem o bom humor. A vida é para quem não se demora em ser feliz."

Tenho-me deparado várias vezes com este pequeno texto nas redes sociais. Não está assinado, não sei de quem é, mas sei que me arrepio de cada vez que o leio. Por isso, hoje decidi partilhá-lo e refletir sobre ele.
E ao fazê-lo, percebi que é mais uma lição de vida. E tentei verificar se a tenho seguido. Como se fosse uma checklist para concluir como anda o meu percurso por este campus universitário que é a vida. Aqui vai:
Costumo dizer aos outros que gosto deles. Mas posso dizê-lo ainda mais vezes, sem o guardar para mim, só porque os outros (já) não o dizem também. Tenho por hábito reforçar o bem que me fazem e o sentido que me ajudam a encontrar nesta existência. Mas posso fazê-lo ainda com mais ênfase. Não dou tantos abraços apertados como poderia, mas abuso das gargalhadas. Não sou de partilhar planos, dúvidas nem medos. Guardo tudo isso para mim própria e casulo-me com essa parte só minha. Não procuro colo, nem disponibilizo o meu a qualquer pessoa, mas aqueles que realmente importam sabem quando e como se podem aninhar.
Estendo a mão para aqueles que amo, mas retraio-a se não me correspondem e nem sempre tenho coragem de a voltar a esticar. Tento receber tudo o que me dão de portas da alma abertas. Perdoo, perdoo sempre, uma e outra vez, embora demore e não esqueça.
Não sou de desistir, mas quando abandono é para sempre. Refaço, recomeço, descomplico, mas também sei complicar.
Não perco a esperança nem o bom humor (este último, nunca!). Tento ser pontual na minha própria felicidade, mas às vezes atraso-me porque faço alguns desvios.
Resultado da auto-análise: estou viva, sou Eu própria e tentarei continuar a dar o meu melhor, sempre!

domingo, 11 de janeiro de 2015

Free to be...


"Hello. My name is Stephen Hawking - physicist, cosmologist and something of a dreamer. Although I cannot move and I have to speak through a computer, in my mind, I am free."

Hoje vi o filme baseado na vida deste homem que foca sobretudo a história do seu primeiro amor e do seu casamento. Acabei a pensar que realmente tudo é possível, o que se adequa ao título "A Teoria de Tudo". Como consegui-lo?
Stephen dá-nos a receita para isso: libertar o nosso cérebro, não deixar que nada o aprisione, nem os medos, nem as desilusões, nem as maleitas do corpo. Se acreditarmos na nossa capacidade de pensar e de criar mais vida através do nosso raciocínio nada nos pode deter.
Pensamos assim por um pouco e sentimo-nos mais leves, mais livres, mais libertos de tudo o que nos agrilhoa. Levitamos acima das nossas limitações e olhamos de frente para mais um dia, para mais uma semana, para mais uma sucessão de desafios que nos esperam. E queremos que a sensação se prolongue, para imaginarmos, nem que por instante apenas, que a nossa essência é invencível… E é e será!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Laços...



"If you want to go fast, go alone.
If you want to go far, go together."
African Proverb

Às vezes estamos tão absorvidos pelas nossas resoluções de ano novo ocidentais que nos esquecemos do sofrimento que envolve como uma aura escura outras zonas do globo. Para os que as habitam, a primeira entrada da lista de desejos para 2015 terá de ser algo que se relaciona com a sua sobrevivência e a dos que compõem a sua família.
Este filme relembra-nos que essa realidade existe e não está tão distante do nosso tempo como gostaríamos de acreditar para manter a nossa consciência mais serena. Mas também nos mostra a força dos laços que se forjam no contexto da desgraça e que nenhuma calamidade consegue cortar.
Se o sentimento da gratidão nos visita e nos invade muitas vezes, não conseguimos, no entanto, abarcar a dimensão de uma dívida que contém a nossa própria vida. Vida com vida se paga e é dos corações mais massacrados pela dor de uma vida madrasta que brotam os mais abnegados sacrifícios. Que esse espírito não se limite a roçar a nossa existência, mas que nos toque e nos possa impelir a ser melhores do que nós próprios, a cada ano, a cada dia, a cada instante...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Chocolate quente para a alma...


É então isto um livro,
este, como dizer?, murmúrio,
este rosto virado para dentro de
alguma coisa escura que ainda não existe
que, se uma mão subitamente
inocente a toca,
se abre desamparadamente
como uma boca
falando com a nossa voz?

É isto um livro, esta espécie de coração
(o nosso coração)
dizendo "eu" entre nós e nós?
Manuel António Pina

Gosto de pessoas. Tenho uma profissão de pessoas. Convivo com elas diariamente. Alunos, colegas, pais, uma teia de relações humanas que se junta às outras que cultivo na minha vida pessoal. Umas têm um padrão bonito, definido e invejável. Outras são como um emaranhado em que me sinto enredada já há vários anos e do qual não me consigo (nem quero!) soltar.
Por isso, quando pauso, agarro-me aos livros e ao seu silêncio cheio de palavras e sons. Sorvo-os como um chocolate quente que me adoça e aquece a alma, fazendo-me evadir de todas as histórias que habitam o meu quotidiano para me levarem até outras, onde me refugio, mas também me revejo; onde despisto os meus problemas, mas também os encontro nos das personagens que me fazem companhia.
Se podia ficar assim o ano inteiro? Talvez pudesse… Mas que chocolate quente nos saberia bem se houvesse apenas verão? É o frio do inverno que nos faz ansiar por ele. Assim é com o bulício do meu dia a dia que me faz valorizar ainda mais os momentos em que embalo um livro e adormeço qualquer angústia ou dor...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

New Year, same blog!


"O otimismo é a pedra basilar da coragem."
Emily Giffin

Preencho a primeira página de mais um ano com esta nota positiva. E este cantinho onde a registo festeja mais um aniversário. Ainda me lembro de quando o criei, há cinco anos atrás, imbuída do otimismo que sentimos ao abraçar um novo projeto, animada pelo reforço positivo dos que me apoiaram.
Cinco anos depois, o otimismo não desvaneceu por completo, mas às vezes vacila. Sente-se a falta do incentivo de algumas pessoas que foram ficando pelo caminho. E isso deixa marcas na pele da alma. Continua-se, no entanto, porque a escrita é parte de nós. Se o tempo fosse perfeito, cada ano teria 365 entradas, pelo menos uma por dia. Mas o tempo não para. E, enquanto não entra no sprint final, damos tudo por tudo para o acompanhar.
E nas pausas para reabastecer o ânimo vamos passando por aqui. E refletindo. E escrevendo. E sendo mais nós. Porque escrever pode ser como rezar. Deixa-nos mais leves e ao mesmo tempo mais fortes. Como se uma mão invisível e superior a nós nos acariciasse e limasse essa nossa pedra basilar do otimismo. Polida e a brilhar, ela mantém-nos em equilíbrio e permite-nos continuar. Por mais um ano… Por mais um resto de vida...