"…os meus amigos não são aqueles para quem fui tudo até ao momento em que passei a ser nada, não são aqueles que me abandonaram quando deixei de lhes ser útil, os meus amigos não são aqueles com quem partilhei segredos e que, anos mais tarde, quando nos cruzamos por acaso, nem sei se hei-de cumprimentá-los."
José Luís Peixoto
Complexa esta história da amizade… Nem sempre chega a história porque infelizmente, para alguns e com alguns, as páginas soltas de momentos vividos não se agrupam em capítulos nem se tornam obra… Mas desses não reza esta crónica…
Eis senão quando prosseguimos a caminhada, já sem acreditar muito em renovar a lista dos que nos querem bem, e somos surpreendidos por palavras e gestos que nos afagam a alma. Quedamo-nos primeiro em espanto e depois vamo-nos aproximando a medo, pé ante pé, para não acordar memórias de más experiências anteriores. Damos por nós a fazer isso enquanto sorrimos muito ou rimos até, pelo que nos é dado a conhecer do outro. E não queremos travar o sorriso nem silenciar a gargalhada porque eles rejuvenescem o nosso espírito.
Chegamos ao outro lado e sentamo-nos. Recostamo-nos. Há conforto, cumplicidade, alegria, partilha, confiança. Tudo ingredientes indispensáveis a uma receita de amizade verdadeira. Arquivamos as dúvidas, o receio de voltar a não ser "para a vida" que se ativa quase automaticamente quando pensamos nos que já nos deixaram pôr a mesa e ficar a comer sozinhos…
Sentimos e sabemos que desta vez é diferente e que podemos estar perante alguém que passará a fazer parte da elite dos que escolhemos para tatuar na pele da alma. Brindamos e deixamo-nos ficar a saborear, não sem antes pararmos para agradecer (várias vezes!) ao Universo por ainda apresentar no seu cardápio Amizades assim...
Este pequeno texto, esta junção brilhante de palavras, este desabafo de alma cheia....fazem de ti a amiga ÙNICA que tu és!
ResponderEliminarÉ um privilégio partilhar contigo um milésimo de segundo.....
Adoro-te! :))
Lena