"Resta quanto tempo? Não sei. O relógio da vida não tem ponteiros. Só se ouve o tique-taque... Só posso dizer Carpe Diem, colha o dia como um morango vermelho que cresce à beira do abismo. É o que tento fazer."
Rubem Alves
Ontem o mundo da pedagogia ficou mais pobre com a morte deste homem que contagiava tudo e todos com a sua escrita sobre educação. Lembro-me de o ter descoberto durante a licenciatura, enquanto percorria a minha senda para me tornar professora. Fiquei positivamente viciada nos seus livros, tendo-os comprado e devorado quase todos, embora o Português do Brasil sempre me tivesse feito "espécie".
O que me falou mais alto na sua escrita foi a voz do coração que usava para expressar a entrega ao ato de ensinar (e de aprender em simultâneo). Fui acreditando que era mesmo possível embarcar nesta profissão por vocação e continuar a exercê-la como tal.
Depois de quase doze anos de exercício, não nego que há alturas em que o cansaço me quer vencer, a pilha de trabalho que me espera atormenta o meu olhar e a paciência chega a falhar perante a adolescência mais peculiar de alguns alunos. Mas continuo firme na paixão que me levou a querer exercer esta nobre missão e, nesses momentos, consulto a prateleira da minha estante dedicada à pedagogia, onde vivem os livros deste sábio amante do mundo do ensino
Obrigada, Rubem Alves, porque as tuas palavras foram tantas vezes os "morangos vermelhos" que colhi à beira do abismo. Olha por nós, professores, do alto da tua sensatez eterna e inspira-nos a continuar...
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