Fotografia by Né - Ribeira dos Caldeirões, Achada - Nordeste São Miguel Açores

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Hibernar, apetece-me...

Há uns minutos, o meu computador mais pequenino cansou-se, ficou com a bateria fraca e decidiu hibernar... Que decisão sensata... Também me apetece... Qualquer dia sigo-lhe o exemplo e só volto quando a Primavera se tornar constante...

"The little things..."

Escolhi esta canção para celebrar o fim da minha leitura do livro O Deus das Pequenas Coisas ao serão de ontem (está provado que, em tempo de aulas, levo quase um mês a ler um livro, mas é o que se pode arranjar... Talvez algum dia ainda consiga a "tal" licença sem vencimento para pôr a leitura em dia!). A minha alma "lamechas" adorou o final e adora venerar as tais pequenas coisas... Por isso, aqui fica uma canção que as homenageia e cujo videoclip nos transporta para bem longe do temporal primaveril que avisto pela janela...

domingo, 25 de abril de 2010

"Remember me..."


Ontem foi dia de ir ver este filme. Durante toda a primeira parte tive a sensação de que lhe faltava alguma coisa, como se se tratasse de uma laranja que era doce, mas não suficientemente sumarenta... Laivos de verdades, bons momentos entrevistos, pontas soltas que só se conjugariam no final quase apoteótico que fez o filme valer a pena! Não revelo a reviravolta, mas digo que gostei muito da maneira como o assunto foi aproveitado, tantos anos depois (ainda me parece que foi ontem...). Termino com a mensagem inicial e final do filme que sai, pois, reforçada pela sua história:


"Gandhi said that whatever you do in life will be insignificant, but it's very important that you do it because nobody else will."


PS-"Remember me...", ie, "forget-me-not"...

Em dia de Liberdade...

"Amo a liberdade, por isso, todas as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí."
Bob Marley
Gostava de conseguir concretizar este pensamento na minha vida, mas para isso tenho que continuar a fazer um esforço que iniciei no dia em que nasci... E talvez só postumamente possa realmente descobrir, com a minha verdadeira ausência, o que realmente conquistei... Será? Não sei, mas hoje escolho também Bob Marley em versão auditiva, para que não haja dores, nem lágrimas, nem faltas de liberdade...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Waving..."


"You can't stop the waves, but you can learn to surf."

Jon Kabat-Zinn

Traduzindo: Não posso evitar os males da vida, mas posso ficar cada vez mais forte perante eles e enfrentá-los... (Sim, porque "surfar", só mesmo na Internet...)



quinta-feira, 22 de abril de 2010

Low battery...

Depois de mais um dia de chuva interminável, não consigo encontrar melhor banda sonora, apesar de preferir a versão da Carole King...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Searching...

"Um homem tinha dois gémeos - Pete e Stuart. Pete era um Optimista e Stuart era um Pessimista. No dia em que fizeram treze anos, o pai deu a Stuart, o Pessimista, um relógio caro, um conjunto de carpintaria e uma bicicleta. E encheu o quarto de Pete, o Optimista, com bosta de cavalo. Quando Stuart abriu os seus presentes, passou o resto da manhã a resmungar. Não queria um conjunto de carpintaria, não gostava do relógio e a bicicleta tinha os pneus errados. Quando o pai foi ao quarto de Pete, o Optimista, não conseguia vê-lo mas conseguia ouvir o som de uma pá enérgica e de uma respiração pesada. Bosta de cavalo voava pelo quarto.
- Pelo amor de Deus, o que estás tu a fazer? - gritou o pai para Pete.
Ouviu-se uma voz vinda do meio da bosta: - Bem, meu Pai, - disse Pete, - se há tanta merda aqui, tem de haver um pónei por perto!"
Arundhati Roy in O Deus das Pequenas Coisas
(Again and again! É denso, mas cheio de sabedoria)
Quero tentar ser sempre como Pete e procurar o pónei no meio da "bosta" que a vida me for dando!

Pequenez...

Estou numa fase em que, como tenho pouco tempo para ler, tudo o que leio me sabe a muito e toca-me fundo... Como este excerto, ainda de O Deus das Pequenas Coisas:
"...o quarto onde ele se encontrava tornava-se desesperadamente grande, aterrorizando-o com o espectro da sua própria insignificância."
Às vezes, todos nos sentimos assim, neste quarto que é o Mundo...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

As Pequenas-Grandes Coisas... SEMPRE!

Quando toca a campainha para o regresso às aulas, as minhas maratonas literárias abrandam sempre e, por mais que os meus companheiros de mesa-de-cabeceira (Ena, tantos! Cada vez mais e então hoje que estive "de serviço" à Feira do Livro e "adoptei" mais um par...) gritem por mim, não lhes consigo dar vazão... Mas gosto de os ter ali comigo. São uma boa companhia. E já que continuo por terras indianas na companhia de Arundhati Roy, aqui fica mais um trecho que me diz muito (sim, porque eu sou aquela das Pequenas-Grandes Coisas...):
"E o Ar encheu-se de Pensamentos e Coisas para Dizer. Mas, em alturas assim, só as Pequenas Coisas acabam por ser ditas. As Grandes Coisas permanecem latentes cá dentro."
E eu acrescento: mas não é por isso que deixamos de as sentir, apenas as guardamos para nós, onde ninguém as pode roubar e são só nossas...

domingo, 18 de abril de 2010

Baby steps...


"No one saves us but ourselves. No one can and no one may. We ourselves must walk the path.”

Hindu Prince Gautama Siddharta


I'll do it. I'll walk through my path and I will never lose myself. Even if I have to do it in baby steps, an inch at a time...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Shattered dreams..."

"...é tão fácil estilhaçar uma história. Quebrar a cadeia de pensamentos. Destruir o fragmento de um sonho transportado com tanto cuidado como se se tratasse de uma peça de porcelana. Deixá-lo existir, viajar com ele, [...] é de longe a coisa mais difícil."
Arundhati Roy in O Deus das Pequenas Coisas
Também é difícil arranjar novos sonhos, juntá-los aos fragmentos dos anteriores e crescer... Mas enquanto eu for eu é isso que quero fazer!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Faith...

Ontem, em momento oportuno, recebi do outro lado do oceano, da terra querida que me viu nascer, estas sábias palavras:
"When we believe that God is in control, we can go through our day peacefully."
Roy Lessin
Seja qual for o Plano Superior que nos supervisiona, eu acredito Nele e isso ajuda-me a viver. Pensei nesta frase ao longo do dia e senti-me mais em paz comigo própria e com aquilo que sou. E o que é certo é que o dia acabou e apetece-me terminar com a energia positiva da seguinte canção que sempre me fez sorrir:

terça-feira, 6 de abril de 2010

"Love changes everything..."

Ontem foi dia de ir ver o filme "Valentine's Day" que, pelo tempo que demorou a chegar às nossas salas de cinema, ilustra bem aquela teoria de que para celebrar o Amor qualquer dia serve...
Gostei do filme porque gosto de comédias românticas, daquelas que me deixam lamechas e de lágrima no canto do olho, a teimar cair para o pacote de pipocas (sim, porque o que seria de uma boa comédia romântica sem pipocas doces?)... Para além do extenso elenco de luxo, destaco as várias perspectivas, quer etárias, quer vivenciais, apresentadas sobre o Amor. Há-as para todos os gostos, mas no fim... será que o Amor vence? É melhor irem ver para poderem descobrir...
Entretanto, deixo-vos com a interpretação de Michael Ball da canção que me arrepia sempre "Love Changes Everything" do musical "Aspects of Love" de Andrew Lloyd Webber e com a sua letra, para suspirarmos todos um pouco em uníssono... :)



Love Changes Everything
Love, love changes everything
Hands and faces, earth and sky
Love, love changes everything
How you live and how you die
Love, love can make the summer fly
Or a night seem like a lifetime
Yes, love, love changes everything
Now I tremble at your name
Nothing in the world will ever be the same
Love, love changes everything
Days are longer, words mean more
Love, love changes everything
Pain is deeper than before
Love will turn your world around
And that world will last forever
Yes, love, love changes everything
Brings you glory, brings you shame
Nothing in the world will ever be the same
Off into the world we go
Planning futures, shaping years
Love (comes in) and suddenly all our wisdom disappears
Love makes fools of everyone
All the rules we made are broken
Yes love, love changes everyone
Live or perish in its flame
Love will never never let you be the same
Love will never never let you be the same

Ser guerreiro...


Quando era estudante universitária, li e analisei excertos do poema épico Beowulf, que se constitui como o poema mais longo da literatura anglo-saxónica e um marco da literatura medieval. Apesar de ter sido escrito na actual Inglaterra, a história refere-se a eventos ocorridos na Escandinávia. Centra-se nos feitos de Beowulf, um herói que, com a sua excepcional força e coragem, livra os dinamarqueses da ameaça de vários monstros diabólicos e, já coroado rei do seu povo, combate e mata um dragão, numa batalha que acaba por lhe custar a vida.

Quando saiu o filme com o mesmo título, consegui arranjá-lo, com a curiosidade de voltar a este imaginário. Tinha-o gravado em casa desde então, mas faltou sempre a vontade última que ditasse o seu efectivo visionamento. Num destes serões passou em televisão e nem eu o perdi, nem fiquei decepcionada. Gostei do trabalho de animação e da forma como deram vida à lenda que eu só conhecia no papel, mas cujas personagens habitavam na minha imaginação. Senti-me de novo uma estudante-guerreira nas aulas de Literatura Inglesa e, só por isso, apetece-me terminar com uma frase do filme:

"Um herói regressa sempre a casa."

domingo, 4 de abril de 2010

Ice Age Wisdom

E como a Páscoa, tal como o Natal, é época para soltarmos a criança que há em nós, embarquei na onda revivalista de "A Idade do Gelo" proporcionada pela RTP1 em tarde pascal e instalei-me no sofá a comer guloseimas e a re-rir (que é como quem diz, recordar e rir outra vez) das aventuras do insólito trio... Fez-me bem às rugas do espírito (e provavelmente mal às do rosto!) e decidi partilhar convosco um pouco da sabedoria camuflada por detrás da risota:
Manny: "Sid, the tiger found a short cut!"
Sid: "No, thanks! I choose life!"
É assim mesmo, Sid! A Vida não nos oferece atalhos, até porque "Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos." Temos mesmo que a viver todinha e fazer o caminho completo (e quantas vezes o mais longo e difícil, pejado de armadilhas e desafios!), se queremos chegar ao fim e sentir que ela valeu a pena!

Doçuras...

Para mim, o Dia de Páscoa sempre foi recheado de guloseimas, trazidas desde a minha infância por um dos meus melhores amigos a seguir ao Pai Natal - o Coelhinho da Páscoa! Agora que sou mais crescida, não dispenso as guloseimas (escrevo este post já num estado de glicémia alegre!), mas a Páscoa tornou-se também um dia de flores... Porque onde há flores, haverá, decerto, doçura e ternura no ar...

"Some people are always grumbling because roses have thorns; I am thankful that thorns have roses." Tom Wilson


sábado, 3 de abril de 2010

Under a spell...

Os bons filmes, tal como os bons livros, apoderam-se de nós e ficamos sob o seu efeito durante algum tempo, como se lançassem sobre nós um feitiço. Damos por nós a recordar cenas, imagens, diálogos, frases, canções ou acordes que nos tocaram, por um ou outro motivo. Hoje estou assim, sob o efeito do Invictus. E, de todas as belas canções que formam a sua banda sonora, escolhi esta para partilhar convosco e deixo-vos também a sua letra. Pode ser que fiquem tão enfeitiçados pela sua mensagem como eu...



Colorblind
And it's not just a game
You can't throw me away
I put all I had on the line
And I give and you take
And I played the high stakes
I've won and I've lost
But, I'm fine
Hear me say I'll rise up 'til the end
Hear me say I'll stand up for my friends
And I crash to the ground
And it's just my own sound
I drop in the blink of an eye
I'm colorblind
And your milky way fight
Won't stop my delight
You keep me and lock me away
And it's dark and it's bright
It's your colorful pride that kept me here 9000 days
Hear me say I'll see the sky again
Hear me say I'll drive for you my friend
There's a noise in the crowd
But it's just my own shout
A stumble I fall and I pray
Hear you say your eyes see green again
In the end we'll lived up holding hands
Yes, we'll spark in the night
We'll be colorblind
And these are the lives we gave
Hear me say I'll rise up 'til the end
Hear me say that I'll stand beside my friends
I won't stay on the floor
I will settle the score
A stumble I fall and I pray
Hear me say it's time we stop talking
Eye to eye we see a different face
Yes we've conquered the war
With love at the core
A stumble I fall, but I'll stay
Colorblind.
Overtone

"Invictus"

Há filmes que nos marcam, porque há vidas e vivências que nos marcam também. Ontem à noite vi o filme Invictus e uma das primeiras coisas que me fez despertar para ele foi o pormenor da data que aparece no início: 1990. Relembrar que toda a acção ocorreu já durante o meu ciclo de vida tocou-me profundamente. Saber que há missões que exigem toda a força de vontade e toda a dedicação é inspirador. E reconhecer que, sem elas, o nosso mundo seria bem menos habitável é abraçar a importância deste filme. Deixo-vos com o lindíssimo poema de William Ernest Henley que dá título ao filme. De destacar que foi escrito numa cama de hospital, onde sofria devido à tuberculose, mas que, depois de o escrever, ainda viveu mais vinte e oito anos, levando uma vida activa. Porque afinal ele foi aquele que escreveu: "Eu sou o senhor do meu destino: /Eu sou o capitão da minha alma."

"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul."

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Perspectiva...


Deixo-vos com uma teoria que nos faz pensar na relatividade da nossa existência. Não queiramos, pois, fazer grandiosidade da nossa pequenez, mas sejamos sempre grandes apesar dela...

"...falou-lhes da Mulher Terra. Fê-los imaginar que a Terra - quatro mil e seiscentos milhões de anos de idade - era uma mulher de quarenta e seis anos [...]. Toda a sua vida de Mulher Terra fora dedicada a fazer da Terra o que ela era hoje. Dividira os oceanos. Fizera as montanhas emergir. A Mulher Terra tinha onze anos [...] quando surgiram os primeiros organismos unicelulares. Os primeiros animais, criaturas como os vermes e as acalefas, só surgiram quando ela tinha quarenta anos. E tinha mais de quarenta e cinco anos - só há oito meses - quando os dinossauros deambulavam pela Terra. [...] Toda a civilização humana tal como a conhecemos [...] começou apenas há duas horas na vida da Mulher Terra. [...] Era uma ideia que infundia respeito e humildade, [...] a ideia de que toda a história contemporânea, as Guerras Mundiais, a Guerra dos Sonhos, o Homem na Lua, a ciência, a literatura, a filosofia, a busca do conhecimento - mais não era do que uma piscadela do olho da Mulher Terra. [...] E nós, meus queridos, tudo o que somos e seremos, é um lampejo no seu olho."

Arundhati Roy in O Deus das Pequenas Coisas

Será complicado?


Ontem, em sessão de home cinema, vi o filme "Amar é complicado". Gostei. Ri. Pensei. Destaco a cena quase final em que as personagens de Meryl Streep e Alec Baldwin se sentam no lindíssimo banco de baloiço da árvore e conversam tranquilamente sobre tudo o que se passou. E para mim foi o momento mais bonito e profundo do filme. Porque eu adoro bancos de jardim. Porque eu adoro baloiços. Porque eu adoro bancos de baloiço que me remetem para a minha infância. E porque eu adoro sentar-me e ficar a conversar com a Vida...

Ponta Delgada

E já que falei na minha cidade, mas não deixei nenhuma musiquinha no post anterior (e o sol está a pedir uma melodia para o acompanhar!), deixo agora o tema "Cidade" dos Tunídeos, seguido da letra, em homenagem à "minha" bonita Ponta Delgada...



Cidade
Música: João Gregório, José Carlos Ferreira, Moreira e Sérgio Ávila
Letra: Adelaide Gomes, João Gregório, José Carlos Ferreira e Sérgio Ávila

Refrão:
Longe de ti não sei viver
Minha pacata cidade
Onde aprendi a crescer
Também a sentir saudades

Dos amores que eu vivi
Nesta vida amargurada
Nenhum se compara a ti
Ó doce Ponta Delgada
I. Nestas portas entrei
E à Matriz fui rezar
Na marginal passeei
À Mãe de Deus fui cantar

II. Fazes promessas
Ao Santo Cristo Senhor
Estendem-se as capas
Prá passagem do andor

III. No azul da noite
Andam boémios à deriva
De violas na mão
Cantando esta cantiga.

Sweet dreams...

Ontem aproveitei a manhã primaveril e fui caminhar na "minha" Avenida Marginal. Sabe bem ter tempo para fazer boa companhia a mim própria num cenário de que tanto gosto e a respirar o cheiro do mar... Nessa caminhada encontrei o barco dos meus sonhos e fotografei-o para o partilhar convosco. Quem disse que não havia sonhos cor-de-rosa? Afinal, já dizia a canção dos Eurythmics (que não vou pôr aqui porque não gosto do refrão):
"Sweet dreams are made of this
Who am I to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something"

Ver e aprender...

Estava eu muito descansadinha, em tempo de interrupção lectiva, a ver um episódio de uma temporada antiga de E.R., quando uma das personagens (por acaso uma adolescente que ia ser operada e que acabaria por morrer) lançou à minha mente já meio letárgica do tardio da hora o seguinte aforismo:
"As suas acções são as sementes do destino."
E eu, que já acreditava nessa teoria, reforcei nela a minha crença e senti a minha esperança abrir-se em sorriso... Continuarei a semear acções... Venha o destino!