"Quando sabemos com exatidão que fizemos um amigo? Um amigo não se faz, acontece e depois conserva-se. Nalguns casos em águas de bacalhau, noutros em banho-maria e noutros ainda em formol, dependendo do grau de amizade ou se a amizade estiver em vias de extinção. Se for axioma, amigo é como amor em construção (perpétua). Se for haiku (poeminha japonês) então dá "amigo, melhor coisa do mundo". Na linguagem da alta matemática: amigo + amor = mundo."
Tiago Salazar in Crónica da Selva
Conheço pessoas cheias de qualidades e com apenas um defeito. Não gosto delas. Conheço outras que estão cheias de defeitos e têm quase só uma qualidade: um coração do tamanho do Universo. Gosto delas e são minhas amigas. Não se compreende a alquimia da Amizade. Nem se precisa de a compreender.
Tenho amigos que falam comigo todos os dias. Tenho outros que me ignoram em muitos dias. Posso dizer que gosto mais dos segundos, embora gostasse que fossem como os primeiros. Tenho amigos que me magoaram apenas uma vez e nunca mais os perdoei. Tenho amigos que me magoaram como pensei que ninguém fosse capaz de o fazer e não consegui deixar de os perdoar. Tenho amigos que estão longe como se estivessem perto. Tenho amigos que estão perto como se estivessem longe. Vivem todos na geografia do meu coração.
Contam-se pelos dedos de uma mão os laços de amizade que já desfiz nesta vida. E não quero contar com os da outra mão os que desfarei no futuro. Não quero que os meus amigos se transformem em amores, mas quis que os meus amores se transformassem em amigos.
Vivo a Amizade como quero viver a Vida: da forma mais completa e intensa possível. E ao chegar a casa depois de "fazer" um amigo quero cantar sempre como o Sérgio Godinho: "Hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há"!
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