Fotografia by Né - Ribeira dos Caldeirões, Achada - Nordeste São Miguel Açores

domingo, 3 de março de 2013

Missão...


"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão, há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado.
Ensine-o, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-o que mais vale uma moeda ganha do que uma moeda encontrada.
Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.
Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais do que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho. Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que, por vezes, os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."
(Carta de Abraham Lincoln ao professor do seu filho)

E todos os alunos que nos chegam às mãos vêm acompanhados desta carta. Muitas vezes é apenas implícita e nem os próprios pais sabem que gostariam de a redigir, mas é TUDO isto que se pretende de um professor. E é tudo isto que nós pretendemos de nós próprios e da nossa missão... Afinal de contas, escolhemos ensinar, orientar, acompanhar... E quem nos dera chegar ao fim da missão e ter transformado todos "os filhos de Lincoln" em seres humanos capazes de criar a sua própria felicidade. Se continuamos a tentar? A cada novo dia, com todas as nossas forças. Talvez seja a nossa forma de responder a tanta "carta" que nos é remetida. Nem todas são como esta. É mais fácil criticar e destruir do que humildemente pedir. Mas talvez em cada crítica destrutiva venha subentendido o pedido: "Ajude-me, professor(a), nesta difícil missão que é educar alguém a quem dei vida, porque não sei como o fazer." E como o professor não nega nenhum desafio, continuamos...

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