"Uma feira na China. Milhares de pessoas. Livros e caixas e objectos, tudo no chão. Os compradores dobram os joelhos para se aproximarem das mercadorias. Os vendedores mantêm os joelhos dobrados para estarem sempre perto das mercadorias. Há, entretanto, um amigo do vendedor que chega e esta chegada faz com que o vendedor se levante com um sorriso e cumprimente o amigo com júbilo. É nesse exacto instante de júbilo que um ladrão rápido põe uma pequena caixa no seu bolso, continuando impávido, exactamente na mesma posição, com os joelhos dobrados. O vendedor fala uns minutos com o amigo e despede-se, regressando ao seu ponto baixo, o ponto em que observa as mercadorias e os clientes. Já lhe roubaram uma caixa, mas o vendedor ainda não o notou porque está muito contente por ter encontrado o seu amigo."
Gonçalo M. Tavares
Gostei desta crónica que li na Visão há umas semanas e acrescento que, por mais caixas de tempo que estar com os amigos nos "roube", mais preciosas são as que se enchem com a partilha de bons momentos e nem notamos as que desaparecem...
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