"Põe quanto és
No mínimo que fazes"
Mesmo quando já não for o aniversário de Pessoa
E o Ricardo Reis que há em ti te doa
Por não conseguires ser um heterónimo diferente
Ou simplesmente mais um que cala e consente...
A fonte de Hipocrene brotou por debaixo do casco do cavalo Pégaso e foi escolhida pelas Musas como centro dos seus lugares preferidos para habitar. Os escritores dirigiam-se lá para procurar inspiração... Eu virei aqui quando me sentir inspirada para partilhar esses momentos...
"Põe quanto és
No mínimo que fazes"
Mesmo quando já não for o aniversário de Pessoa
E o Ricardo Reis que há em ti te doa
Por não conseguires ser um heterónimo diferente
Ou simplesmente mais um que cala e consente...
"Whenever I get gloomy with the state of the world, I think about the arrivals gate at Heathrow Airport. General opinion's starting to make out that we live in a world of hatred and greed, but I don't see that. It seems to me that love is everywhere. Often it's not particularly dignified or newsworthy, but it's always there - fathers and sons, mothers and daughters, husbands and wives, boyfriends, girlfriends, old friends. When the planes hit the Twin Towers, as far as I know, none of the phone calls from the people on board were messages of hate or revenge - they were all messages of love. If you look for it, I've got a sneaky feeling you'll find that love actually is all around."
Claro que a voz de Hugh Grant emprestada à personagem de David, ou melhor, o Primeiro Ministro, confere ainda mais charme a esta introdução, mas a verdade é que "O Amor Acontece" me conquistou e reconquista de cada vez que o volto a ver (pelo menos uma vez por ano para manter o meu mundo na sua órbita) logo com esta introdução. Afinal é disso que se trata: o triunfo do Amor em todas as coisas e sobre todas elas.
Não deixo de achar graça àquelas pessoas que já não me veem há muito tempo (ou às que até me veem, mas que se lembram de vez em quando de dar voz à curiosidade sobre a minha vida sentimental) e que se atrevem a perguntar-me pelo amor na minha Vida, na esperança de que eu possa partilhar com elas detalhes mais ou menos sórdidos e minuciosos sobre as minhas paixões, dado o seu desconhecimento de um possível namorado ou marido. Coloco sempre o meu sorriso bem-educado e corrijo a sua pergunta com a minha resposta pluralizada para AmorES, dos quais a minha existência está cheia. Não façam esse ar surpreendido! Até parece que é possível viver sem nos apaixonarmos constantemente! (Só por acaso e já que vos falava de um dos meus filmes preferidos, não me importava nada de ter um affairzinho com o Hugh Grant ou com o Colin Firth, para quem seria uma Aurélia bem dedicada!).
Pondo de lado a minha vida emocional (sobre a qual nem com a maior parte dos meus amigos falo, por isso não é no mundo cibernético que o vou fazer), não deixo de me sentir fascinada pela força desse sentimento que nos cola uns aos outros e às coisas desde os primórdios da humanidade. Desde que despertamos, podemos não nos aperceber, mas apaixonamo-nos infinitas vezes, primeiro pelo chão que nos recebe ao sair da cama e que nos protege de cairmos num abismo de inexistência e, por último, pela cama confortável que nos volta a receber ao fim de um dia mais ou menos extenuante. Ninguém nos ouve a declamar poemas de amor ao chão ou à cama, mas os átomos que nos compõem já dependem dessa relação para não se desintegrarem e a nossa permanência neste Universo é, sem dúvida, o maior hino de Amor à Vida.
É claro que, como exemplificava o Hugh, ou melhor, o David (como somos íntimos nas minhas fantasias, não o vou chamar de Sr. Primeiro Ministro!), há vários tipos de amor e a maior parte nem é digna de registo. Pois bem, eu quis e quero dignificá-los. Talvez já tenha visto o filme demasiadas vezes, mas o Natal foi há pouco tempo, ainda me sinto lamechas e tenho a banda sonora do mesmo a repetir-me, não só ao ouvido, mas sobretudo ao coração: "All you need is love". E não gosto de cantar sozinha...